Maconha: ruim para os jovens, “legal” para os adultos, diz estudo sobre a “cannabis sativa”
Não tem nada a ver com ficar chapado: nos jovens, a maconha prejudica a memória e a atenção. Na velhice, parece turbinar ambas, pelo menos em ratos Por Ana Carolina Leonardi, da Superinteressante Homem fuma maconha Maconha: em pesquisa com ratos idosos, o uso do THC trouxe uma melhora cognitiva razoável (Getty Images/Getty Images) No equilíbrio entre os benefícios e os riscos da maconha, a idade parece ser um fator mais importante do que se imaginava. Pelo menos foi o que concluiu uma pesquisa feita com ratos na Universidade de Bonn, na Alemanha. Os cientistas queriam ver qual seria o efeito do THC, a substância responsável pelo “barato” da maconha, se fosse dado aos ratos em doses baixas, mas diárias, por um longo período de tempo. Eles dividiram os ratos em três grupos: um de jovens, outro de ratos na meia idade e um último de idosos. Os animais foram testados com relação à capacidade de aprender e à memória usando pequenos labirintos. Eles observaram quanto tempo os roedores levavam para explorar o trajeto certo e, depois, para perceber quando estavam num caminho já percorrido anteriormente. A próxima etapa foi dar subdoses de THC durante um mês para cada rato. A quantidade era bem baixa, pequena demais até para causar efeitos psicoativos. Mesmo assim, ao fim do teste, o desempenho dos ratos jovens piorou muito dentro do labirinto. O resultado é consistente com pesquisas em humanos, que mostram que a memória de curto prazo fica prejudicada enquanto durar o uso, ainda que os efeitos sejam reversíveis. Mas o grupo de ratos idosos surpreendeu os pesquisadores. Porque, no caso deles, o uso do THC trouxe uma melhora cognitiva razoável, impulsionando a memória e a atenção e trazendo resultados melhores dentro do labirinto.