Craques como Pelé lamentam o sumiço dos restos mortais de Garrincha
Ex- jogadores de futebol que conviveram com Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha, na seleção brasileira e no Botafogo, comentaram nesta quinta-feira a incerteza sobre onde estão depositados os ossos do atacante de drible fácil, que costumava deixar seus marcadores no chão. Parceiro de Garrincha nas Copas de 58 e 62, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, lamentou que o cemitério de Raiz da Serra, em Magé, na Baixada Fluminense, onde o craque foi sepultado, em 1983, não saiba onde estão os restos mortais de Mané: — Eu lamento porque ele era um dos grandes parceiros meus na seleção. É uma pena que esteja acontecendo isso com um ídolo que tanto promoveu o Brasil em todo o mundo. Jairzinho, o Furacão da Copa de 70, jogou com Garrincha entre os anos de 64 e 65, no Botafogo, e classificou a situação como vergonhosa. Ele disse que Garrincha sofreu uma covardia. — Fico envergonhado do comportamento de alguns brasileiros. Principalmente nesse fato estranho, que deixa a gente muito, muito, mas, muito enfraquecido. Foi uma covardia o que aconteceu — afirmou. O craque Afonsinho conviveu com Garrincha, no Botafogo, no ano de 1965. Na época, ele acabava de chegar ao time, enquanto Mané estava deixando o clube. Afonsinho lembrou do sepultamento do amigo e disse que o ocorrido com Garrincha, anos após a sua morte, é deprimente. Nesta quinta-feira, a Polícia Civil informou que o delegado Antônio Silvino, da 66ª DP (Piabetá), abriu inquérito para apurar se ocorreu o crime de violação de sepultura, previsto no artigo 210 do Código Penal.