Em visita à Câmara Municipal de São Luís, na manhã da última segunda-feira (2), o senador Roberto Rocha (PSB), classificou de ‘terremoto politico’ a Operação Lava Jato que esta semana vai avançar para o seu momento mais aguardado desde que foi deflagrada, há quase um ano, em 17 de março de 2014, que é a divulgação da lista de políticos citados na Operação Lava Jato, que devem chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda nesta terça-feira (3) e seguir diretamente para o gabinete do ministro Teori Zavascki, relator na Corte dos casos envolvendo o esquema de corrupção na Petrobras.
É aguardado ainda esta semana o pedido de abertura de inquéritos contra políticos envolvidos com o esquema de desvio de recursos da Petrobras. “O terremoto é por causa da lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a abertura de inquéritos contra deputados, senadores e governadores. É uma questão que mexe muito com a classe politica no país”, declarou o senador.
As apurações contra políticos tramitarão em diferentes esferas da Justiça. Parlamentares responderão no STF, governadores no STJ, ex-governadores e ex-congressistas devem seguir na Justiça Federal.
Ontem, o vice-presidente, Michel Temer disse que é bom que o procurador entregue logo a lista. “É bom que venha logo quem está ou que venha a ser objeto de inquérito.Temos de acabar, ainda que pela metade, com este assunto”, argumentou.
Segredo
Desde a chegada das delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef na Corte, Zavascki tem mantido o caso “oculto” no STF – grau de sigilo superior ao segredo de justiça.
O procurador-geral já informou que, quando encaminhar os pedidos de abertura de inquérito contra os parlamentares irá também pedir a retirada do sigilo.
A expectativa é que Zavascki atenda o pedido de Janot. Nos casos em que diligências de investigações – como quebra de sigilo bancário ou interceptação telefônica, por exemplo – exigirem segredo, o ministro pode deixar em segredo apenas as medidas que serão adotadas. Os inquéritos devem chegar ao STF no final da tarde de amanhã, segundo previsões feitas nos bastidores do Supremo.
O STF tem 42 procedimentos equivalentes aos fatos apurados com base nas duas delações. O número não corresponde, necessariamente, ao total de políticos que serão investigados. O procurador poderá pedir abertura de inquérito, oferecer denúncias – quando entender que já há indício de provas suficientes – ou ainda solicitar o arquivamento dos trechos das delações que mencionam o envolvimento de parlamentares.