Qual a razão da permanência de Roseana Sarney no governo, até dezembro de 2014, quando era público e notório que ela queria porque queria sair para disputar a única cadeira de senador das eleições de 2014?
Alguns dizem que foi o conselho do bruxo pernambucano Antônio Lavareda, o consultor político de Roseana e do seu poderoso PMDB, partido onde estão as principais figuras políticas do Grupo Sarney. Outros afirmam que foi Jorge Murad, o marido, “p” da vida com a sucessão de erros do governo e de sua incapacidade de resolver problemas simples como uma rebelião de professores ou de policiais militares.
São fatos e boatos que se confundem, mas o pano de fundo para a decisão da “branca” está à mostra e não precisa de enfeites:
Roseana não disputará o Senado porque o seu quarto governo não decolou. Foi uma decepção tão grande para o eleitor e para o próprio grupo situacionista que nem a propaganda massiva e cara conseguiu esconder. Roseana não saiu do governo porque ela própria, como pré-candidata a senadora, e seu secretário [de infraestrutura] indicado para disputar o governo, Luís Fernando Silva, não decolaram nas pesquisas de opinião pública.
Este último motivo, claro, é consequência do primeiro. E quando a governadora diz que fica até o final do mandato para entregar as obras gestadas pelo seu governo significa, no mínimo, que tenta se consolar pelo desastre administrativo que provocou, depois de dizer, em alto e bom som, que faria “o melhor governo” da vida dela.
Desincompatibilizar-se do cargo agora em 5 de abril para disputar o Senado a governadora tentou desde há muito. Tentou criar um ambiente favorável para deixar sentado em sua cadeira mais do que um substituto, um capataz, de sua estrita confiança, a fim de que ela não corresse riscos em sua caminhada rumo à sua pretendia volta ao Senado Federal. Mas não deu. Porque não soube negociar.
O negócio para ser bom, ensinam os empresários, tem que ser rendoso para todas as partes envolvidas. No caso, a moeda seria a política e o combustível, a saliva. Ainda assim, conseguiu convencer o seu vice-governador petista Washington Oliveira – em quem não confiava para substituí-la – a aceitar o presente de grego da indicação para conselheiro vitalício do Tribunal de Contas do Maranhão (TCE). Recentemente, um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado já sinalizou que o cargo pode não ser tão vitalício assim…
Mas aí veio a pedreira chamada Arnaldo Melo, deputado-presidente da Assembléia Legislativa do Estado, que, com a retirada do vice, passou a ser o substituto constitucional da governadora Roseana, em caso de vacância do cargo. Mas o segundo substituto constitucional também não era o imaginado pelo grupo Sarney. Ele não teria topado a engenharia proposta. Foi aí que o grupo oligárquico deu com os burros n’água. A prepotência não deixou ver que favo de mel não é o tubérculo macaxeira…
Assim, a decisão da governadora pelo “fico” foi um desastre político sem tamanho para o grupo Sarney. Que, em se confirmando a desistência de Luís Fernando como candidato a governador, perde competitividade eleitoral importante para outubro de 2014, já que o nome do grupo com mais força para o Senado – apesar do alto índice de rejeição – seria mesmo o de Roseana.
Salvo melhor juízo – e novas pesquisas – os nomes que estão sendo ventilados para a disputa, em nome do grupo, entram lá atrás numa corrida que já começou e tem os candidatos da oposição disparados na frente.

Olha, Machado, tudo isso aí é ganância por dinheiro. Vê que Ricardão não saiu e além dos bilhões dos hospitais agora ele vai pegar também os milhões da segurança.
Tua análise é muita boa, mas estranho que você não botou o Velho Sarney nos motivos; será porque ele está ruim lá pelo Amapá? Minha torcida é para o Flávio Dino.
Na minha opinião, tá tudo caindo de podre nesse grupo. Vale ainda a velha máxima de que quem planta vento colhe tempestade. A salvação deles era mesmo o Luís Fernando que deve estar analisando onde amarrou a burra dele.
Primeira grande consequência do “fico” da governadora Roseana Sarney: a desistência do candidato do grupo ao governo, Luís Fernando. Ele entendia que o único cenário possível para disputar a eleição seria com Roseana, candidata ao Senado, e ele, governador eleito pela Assembleia. Com a saída dele do jogo, já comunicada à governadora, o ambiente no grupo Sarney assume um ar conturbado. Especula-se que Lobão Filho seria o substituto, mas muita água ainda vai rolar dentro desse túnel sombrio.