
Nenhum membro da Rede Sustentabilidade vai ocupar cargo na direção do PSB. É o que garante o coordenador-executivo do partido (ainda não oficializado), Bazileu Margarido, após uma reunião da cúpula, em Brasília.
Conforme afirmou Bazileu, o diálogo entre a Rede, da ex-senadora Marina Silva, e o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, se dará por meio de comitês:
– “A decisão da Comissão Nacional Provisória é que nenhum membro da Rede, mesmo aqueles que se filiaram ao PSB, irá participar das instâncias nacional ou estaduais [do PSB]”, disse Margarido a jornalistas.
A ex-senadora Marina Silva participou da reunião, mas se retirou no início da entrevista coletiva sem falar com a imprensa.
Bazileu avalia que a oferta do PSB para que membros da Rede ocupassem cargos de direção no partido foi “um gesto generoso.” Porém, a comissão avaliou que seria importante que a separação fosse mantida para “caracterização da coligação” e para que “cada partido mantenha a sua identidade.”
No último dia 5, a ex-senadora Marina Silva assinou sua ficha de filiação ao PSB, partido presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar o registro do partido que ela fundou, o Rede Sustentabilidade, por falta de comprovação do número de assinaturas de apoio previsto em lei.
Assinaturas
Outra informação de Margarido: a comissão executiva decidiu retomar o processo para revalidar as assinaturas de apoio à criação do partido recusadas pelo TSE, além da realização de campanhas para coleta de novas assinaturas. Também
será aberto processo para “filiações políticas” à Rede Sustentabilidade, bem como para criação dos diretórios estaduais do partido.
O coordenador informou ainda que a coligação com o PSB foi respaldada e aclamada pela Comissão Nacional Provisória da Rede. E que a direção vai buscar o diálogo com os militantes que ficaram insatisfeitos com a aliança.
“Esse momento [de descontentamento dos militantes] não está superado. Nós vamos dialogar com a militância da Rede, mas houve aqui uma expressão forte de apoio e respaldo dessa decisão [coligação com o PSB]”, disse.
Pesquisa
Margarido também comentou o resultado da pesquisa Datafolha, publicada neste domingo pelo jornal “Folha de S. Paulo”, e que mostra que a presidente Dilma Rousseff ficaria com a maior parte dos votos dos eleitores de Marina Silva, caso a ex-senadora realmente não concorra nas eleições de 2014.
Segundo o levantamento, Dilma receberia 42% dos votos de Marina. O senador Aécio Neves (PSDB) ganharia 21%, e Campos, 15%.
Para Margarido, o intervalo entre a decisão de Marina de se filiar ao PSB e a realização da pesquisa foi muito pequeno para avaliar a transferência dos votos e, por isso, ela “reflete apenas parcialmente os desdobramentos” do apoio de Marina a Eduardo Campos.
“As consequências dessa coligação ainda estão em curso e ainda vão ser percebidas mais claramente pela sociedade nos próximos dias, nas próximas semanas, nos próximos meses”, disse ele. (Com informações do G1)