
Dentre os 28 pedidos de inquéritos – 54 investigados – envolvendo os desdobramentos da operação Lava-Jato, políticos maranhenses também tiveram nomes citados, assim como do senador Edison Lobão (PMDB-MA) e a ex-governadora Roseana Sarney. Ambos negam qualquer relação com o esquema de desvio de verbas da Petrobras.
Além deles, Fernando Collor (PTB-AL), Renan Calheiros (PMDB-AL), que é presidente do Senado, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também estão na lista que foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) para dar encaminhamento aos processos contra políticos com foro privilegiado.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou nesta quarta que tenha sido avisado da possível inclusão de seu nome na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entre os que deverão ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por desvios na Petrobras. “Desde já, queria comunicar que não fui avisado de nada (da lista de Janot). Nem pelo Planalto”, afirmou Renan ao chegar ao Senado. O presidente do Senado prometeu conversar com a imprensa mais tarde.
A Procuradoria-Geral da República encaminhou ontem ao STF 28 pedidos de abertura de inquérito contra 54 pessoas, com ou sem mandato parlamentar, citadas como beneficiárias do esquema de corrupção na Petrobras. Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL) e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), ambos do PMDB, teriam sido avisados que seus nomes estão na lista.
Os delatores da Operação Lava Jato também citaram parlamentares do PT, PP, PSDB e PSB. O procurador-geral, Rodrigo Janot, enviou ainda ao ministro do STF Teori Zavascki, relator das ações relativas ao esquema de corrupção na estatal, sete solicitações de arquivamento. Esses pedidos, contudo, não necessariamente excluem uma pessoa da investigação. O suspeito pode ter arquivado pedido relativo a um fato, mas continuar sendo investigado por outro crime.
Os pedidos de inquérito foram entregues em caixas no gabinete de Zavascki. A procuradoria-geral deve encaminhar nesta quart ma nova lista para o Superior Tribunal de Justiça, responsável por autorizar investigações contra governadores. Os nomes que aparecem na lista de Janot não foram divulgados pelo STF ontem, em razão de o caso estar sob sigilo de Justiça. O ministro, entretanto, já deu sinais de que deve abrir o sigilo.
Na lista, há políticos com mandato, políticos sem mandato e pessoas que, por estarem ligadas diretamente aos casos que envolvem os políticos, acabaram incluídas nos pedidos de inquérito. Zavascki decidirá a partir de agora se os nomes dos citados que não têm direito a foro (ou seja, não são políticos com mandato) serão investigados pelo Supremo ou se haverá uma divisão do processo, com parte dele enviada à Justiça Federal no Paraná, responsável pelos suspeitos sem foro privilegiado – empreiteiros, doleiros, operadores e ex-diretores da Petrobrás.
Do clã, só a Roseana? E o “véião” Sarney?