Força-tarefa prende cinco dos sete conselheiros do TCE por suspeita de corrupção e interroga Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa
Uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público colocou na mira a cúpula do Tribunal de Contas do Rio, o órgão responsável por fiscalizar e julgar as contas do Governo. Cinco dos sete conselheiros do TCE tiveram a prisão preventiva decretada por serem suspeitos de envolvimento em, pelo menos, dois esquemas de arrecadação de propina em troca de fazer vista grossa diante de irregularidades de empreiteiras e empresas de ônibus do Estado.
A operação tem mais um peixe grande como alvo, o presidente de PMDB no Rio e

. O homem que mais influencia política exerce hoje no Rio foi levado a depor coercitivamente, mas ainda não foi revelada qual seria sua relação com esquema. Picciani já foi mencionado em outras investigações em curso. O depoimento de uma executiva da Carioca Engenharia no âmbito da Operação Lava Jato apontou que Picciani vendeu, através de uma das suas empresas, cabeças de gado superfaturadas para a Carioca gerar caixa dois destinada ao financiamento eleitoral. O nome de Picciani, segundo publicou O Globo, também apareceria na delação dos executivos da Odebrecht
Entre os presos preventivamente nesta quarta de manhã estão os conselheiros Aloysio Neves, atual presidente, e Domingos Brazão, indicações diretas do PMDB no Rio. Neves foi por 15 anos chefe de gabinete de Picciani e o ex-governador preso, Sérgio Cabral, na presidência da Alerj até que foi eleito, em 2010, conselheiro do Tribunal. Já Brazão era deputado estadual pelo PMDB até o ano passado, quando foi escolhido pela Alerj, comandada por Picciani, para assumir uma das vagas de conselheiro do Tribunal.
Outro dos conselheiros presos, José Gomes Graciosa, já foi julgado e absolvido por corrupção passiva por suposto recebimento ilícito em troca de votos para beneficiar uma empresa. O conselheiro Marco Antônio Alencar, pela sua vez, tinha sido apontado em delações premiadas como a pessoa que indicou o operador do próprio Tribunal para tratar dos pagamentos ilícitos. Por último, José Maurício Nolasco teve seu nome citado em delações, já em junho, como recebedor de propina. A ação contra os conselheiros deve seguir no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tem a atribuição para processar e julgar integrantes de tribunais de contas.
A conselheira Marianna Montebello foi a única a não ser alvo da PF. O sétimo conselheiro, o ex-presidente do Tribunal Jonas Lopes de Carvalho Filho, também suspeito de corrupção, foi quem comprometeu os colegas em delação premiada. A delação de Carvalho Filho, e o filho dele, Jonas Lopes de Carvalho Neto, homologadas pelo Superior Tribunal de Justiça, já se esperava explosiva e ainda ameaça com desequilibrar a cúpula do poder fluminense.