Em meio aos movimentos que eclodem pela cidade em protestos contra a falta d’água, ainda vem a notícia de que a represa do Batatã está com os dias contados e pode desencadear a pior crise no abastecimento de água da história de São Luís.
Até o final de outubro, o reservatório situado dentro do Parque Estadual do Bacanga, o Batatã, estará completamente seco. A previsão é de Inácio Amorim, supervisor de Gestão das Unidades de Conservação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (Sema)
Segundo Inácio, tudo é consequência das condições climáticas, da alta demanda de água e das ações do próprio homem, que provocou o assoreamento do lago com o excesso de ocupações do seu entorno – mostra ele, em matéria de O Imparcial on line.

Apesar da situação, o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), João Reis Moreira Lima, afirmou que o investimento no sistema de águas subterrâneas – poços artesianos – e o processo de modernização dos três sistemas de produção serão suficientes para que a cidade não padeça mais com o problema de falta d’água ou pelo menos diminuirá o racionamento feito na maioria dos bairros da ilha.
Ele garantiu que ainda em 2013 os cinco poços dos sistemas Sacavém e Paciência estarão em atividades, o que provocará o aumento no sistema de produção e distribuição de água da capital. “A Caema está trabalhando nos três grandes sistemas: Italuís, Sacavém e Paciência. Com relação ao Sistema do Sacavém, já perfuramos cinco poços e estamos perfurando mais um para melhorar a produção de água. O sistema paciência também teve a perfuração de cinco poços, e acredito que até dezembro ou janeiro já esteja em operação”, afirmou.
Moreira Lima prevê que, com a reforma do Italuís vai haver um aumento na produção de água suficiente para resolver o problema de distribuição a partir de março de 2014. Se houver racionamento, acredita ele, isso vai ocorrer onde se localizarem os poços isolados. “Onde existe um sistema integrado é muito difícil haver racionamento”, sustentou completou.
Águas subterrâneas em risco
Já os poços artesianos vistos como uma alternativa para o problema no abastecimento de água, não são a solução, na visão do supervisor de gestão das unidades de conservação da Secretaria de Meio Ambiente, Inácio Amorim.
Ele explica que, com a grande demanda, as águas dos poços artesianos acabam secando após um tempo, e o espaço vazio que antes era ocupado por água doce começa a receber água salgada. “É assim que acontece a salinização dos poços artesianos. Para isso não ocorrer, é necessário fazer o teste de vazão do poço no momento da perfuração. Só através disso é possível verificar a quantidade de água que poderá ser retirada diariamente do poço”, observou Inácio Amorim. Ele ainda alertou para a possibilidade de as águas subterrâneas acabarem por causa da grande quantidade de poços.
A perfuração deve seguir normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o que nem sempre ocorre. Sem a utilização das técnicas, aumenta a chance de contaminação do lençol freático, inutilizando a água. Outro fator que também contamina os lençóis subterrâneos é a presença de lixões e esgotos estourados próximo às reservas de água:
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– A Secretaria de Meio Ambiente tem vários projetos para evitar isso. Um deles visa frear as ocupações irregulares que contribuem para a redução da capacidade hídrica. Outra será o reflorestamento das áreas assoreadas, com o intuito de voltar a favorecer a reserva dos lençóis freáticos.
Os bairros abastecidos pelo Batatã (Sistema Sacavém) e que correm risco de ficar sem água são: Centro, São Pantaleão, Madre Deus, Goiabal, Codozinho, Vila Bessa, Belira, Lira, Areinha (parte), Macaúba, Apicum, Camboa, Vila Bangu, Diamante, Vila Passo, Corea de Baixo e Corea de Cima, Sítio do Meio, Alto de Boa Vista, Retiro Natal, Liberdade, Tomé de Sousa, Fé em Deus, Floresta, e parte do Monte Castelo.
Roseana tem poço arteseano em casa e está se lixando para os pobres mortais que estão ralando pra beber e tomar banho.