“Tudo vale a pena se a causa não é pequena”, diz, com propriedade, Fernando Pessoa. O estancamento do movimento que paralisaria, hoje (11), o transporte coletivo de São Luís e prejudicaria milhares de pessoas na capital não é uma causa pequena. E o crédito pode ser dado, quase que exclusivamente, ao prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior.

E o que fez o prefeito para que os ônibus não parassem hoje? Primeiro, exonerou a sua secretária de Trânsito e Transporte, Fabíola Aguiar, que se revelava tímida no enfrentamento de questões mais complexas, e a trocou pelo engenheiro Carlos Rogério. Segundo, chamou todos os setores envolvidos – principalmente, patrões e empregados – para uma conversa em que assumiu compromissos.
Alguns desses compromissos, era a queixa maior, deixaram de ser honrados pelo Município – como os R$ 2 milhões que deixaram de ser repassados às empresas para cumprir um reajuste de salários de mais de 11 por cento, sacramentado em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), pelo Ministério Público.
Mas tudo isso, é bom que se diga, não passa de um pingo d’água que cai no oceano. O prefeito deve ter em mente que a população está insatisfeita com o sistema de transporte coletivo, que cai aos pedaços. E terá que reformulá-lo.
As medidas, como licitação para renovar as empresas e a frota, melhoria dos terminais, dos corredores de ônibus e muitas outras, já não podem ser paliativas. E o pior: mais cedo ou mais tarde o município não poderá mais colocar dinheiro no sistema, tornando inevitável o reajuste das tarifas… E isso causa desgaste político.
Mas Edivaldo, apesar de jovem, já deve saber que não se faz omelete sem quebrar ovos.