
Dois fatos dominaram o noticiário da mídia nacional, nesta semana que se finda: os assassinatos e/ou suicídio da família de policiais, em São Paulo; o parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, recomendando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) casse, por abuso de poder político e econômico na eleição de 2010, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e seu vice, Washington Oliveira.
A propósito, a repercussão da hipótese de cassação da governadora maranhense só perde mesmo para o estrondoso caso paulista, que repercute em todo o mundo. Todos se perguntam se um menor de 13 anos seria capaz de, com perfeição, assassinar, a tiros de pistola “ponto 40”, quatro pessoas – o pai, a mãe, a avó e uma tia-avó –, depois, ir à escola, voltar em casa e recorrer ao suicídio.
No Maranhão, e no Brasil, a proeza do grupo político que comandava o governo estadual, em 2010, relatado por Roberto Gurgel, também é vista como um crime estrondoso, de alta periculosidade: a capacidade de usar tanto dinheiro do povo (centenas de milhões de reais) para cooptar mais de uma centena de prefeitos de todos os naipes – tanto da situação como da oposição – além de aliciar outras figuras carimbadas da política do Maranhão, como dirigentes partidários, de entidades comunitárias, etc. Um verdadeiro derrame de dinheiro público!
Na opinião do representante maior do Ministério Público Federal, o Sr. Gurgel, a cassação é o único forma de se contrapor a tanta prevaricação. Ele advertiu que “o julgamento tem de produzir efeito antes do fim do mandato”. Para isso, defendeu que a Justiça Eleitoral seja “rápida” para julgar a ação que acusa a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), de abuso de poder político e econômico.
Esse “conselho” de Gurgel talvez não fosse necessário de ele não tivesse “sentado” em cima do processo, por longos e longos meses, até decidir emitir o parecer e recomendar a cassação da governadora e do seu vice.