A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), anunciou que a greve dos correios teve, ontem (17), a adesão de 29 sindicatos ligados à entidade.
Em assembleias realizadas entre a noite de terça e a madrugada de quarta-feira, estados como Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina decidiram pela adesão ao movimento. Já alguns dos sindicatos que não fazem parte da Fentect, como os de São Paulo capital, de Bauru e dos estados do Rio de Janeiro e de Rondônia decidiram pelo fim das paralisações na sexta-feira.

A greve teve início com paralisaççoes parciais na quinta-feira passada, quando funcionários de cinco estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Tocantins – anunciaram que cruzariam os braços. Na sexta-feira, foi a vez de Paraíba e Pernambuco pararem suas atividades.
Segundo a Fentect, a categoria pede 15% de aumento real, mais reposição da inflação entre agosto de 2012 e julho deste ano (7,13%), reposição das perdas salariais desde o plano real (algo em torno de 20%), entre outras reivindicações.
Alagoas
Em Alagoas, uma assembleia realizada na noite desta terça-feira chegou à decisão pela greve. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos em Alagoas (Sintect-AL), cerca de 90% dos funcionários que realizam atividades operacionais, como entregas, aderiram à greve.
Bahia
Na Bahia, a votação que decidiu pela greve reuniu centenas de trabalhadores na Praça Inglaterra, em Salvador. Além da adesão à greve, funcionários também agendaram um protesto para esta quarta-feira em frente ao edifício central dos Correios na Bahia. Sindicalistas devem fazer apitaço e campanha de conscientização dos trabalhadores.
Ceará
De acordo com o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos e Similiares (Sintect-CE), Luís Santiago, a categoria no Ceará estava em estado de greve desde o dia 5. “As negociações não avançaram, então, optamos por aderir à greve”, disse.
Goiás
Em Goiás, onde a adesão à greve também ocorreu nesta terça-feira, os trabalhadores querem melhor estrutura de trabalho, além do reajuste salarial. “Falta manutenção das motocicletas, das bicicletas e dos carros. Muitos prédios não comportam a demanda e estão sucateados”, afirma o secretário do sindicato, Eliseu Pereira.
Mato Grosso
Funcionários de cinco agências dos Correios de Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, aderiram nesta quarta-feira à greve nacional da categoria, segundo o secretário geral do sindicato, Sílvio Bueno. A greve dos funcionários foi deliberada durante uma assembleia, na noite dessa terça-feira
Paraná
No Paraná, a decisão por entrar em greve por tempo indeterminado ocorreu em assembleia realizada na madrugada desta quarta-feira, quando trabalhadores recusaram a proposta de 8% de reajuste salarial oferecida pela empresa. Funcionários demandam um reajuste de 15%, além de outros benefícios.
Santa Catarina
A adesão à greve em Santa Catarina ocorreu com base em assembleias realizadas em Florianópolis, Blumenau, Chapecó e Joinville. Somente em Santa Catarina, são cerca de 4,3 mil funcionários, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintect-SC).
Baixada Santista
Também houve decisão por aderir à greve na Baixada Santista, no litoral de São Paulo. Assembleia realizada nesta terça-feira decidiu, por unanimidade, que os funcionários cruzariam os braços a partir da meia-noite. No total, são 1.200 trabalhadores – entre carteiros, operadores de triagem, motoristas e funcionários do setor administrativo – que devem aderir à paralisação.
Correios
Os Correios afirmam que estão adotando uma série de ações preventivas para garantir a prestação de serviços, por meio do Plano de Continuidade de Negócios. Entre as ações estão a realização de horas extras, mutirões para entrega nos fins de semana, deslocamento de empregados entre as unidades e contratações temporárias.
A empresa destaca, ainda, que está em processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014 com as entidades sindicais “e continuam abertos ao diálogo, não havendo, portanto, justificativa para paralisação”.
A empresa ofereceu reajuste de 5,27% sobre os salários e benefícios. “Este índice, somado à progressão anual concedida no ano passado, equivale ou ultrapassa os índices inflacionários do período, impedindo perdas aos trabalhadores”, segundo a ECT.