Lauro Assunção*
A minha tendência é votar contra a reeleição da presidente Dilma e, consequentemente, à continuidade do mando petista à frente dos destinos do país. Leva-me a isso os erros do governo na política econômica, bem como a falta de zelo na aplicação dos recursos públicos. Todavia achei absurdamente impróprios os insultos à presidente da República na festa de abertura dos jogos da Copa. Afinal, existem limites para tudo, inclusive para os atos de desaprovação aos governantes. Não esqueçamos que Dilma, além de eventualmente ser presidente da República, é mãe e avó.
Infelizmente a postura das pessoas vem sofrendo uma forte degradação depois dos anos 1960, quando as pregações revolucionárias do sociólogo Herbert Marcuse (Eros e Civilização, 1955, e Razão e Revolução, 1963) afetaram o comportamento das pessoas, até então mais recatadas e mais respeitosas.
A descompostura dos bailes funks, as invasões e predações praticadas pelo MST, as indecorosas libidinagens na TV aberta (é o caso do BBB da Globo) são alguns desdobramentos dessa revolução dos costumes, quase sempre em desrespeito às leis, às pessoas e às instituições. A verdade é que Marcuse, que é um dos grandes ídolos das esquerdas, está na gênese dessa perigosa onda de permissividades, que agora desemboca no lamentável episódio ocorrido no estádio Itaquerão.
Os casais, e não foram poucos, que apareceram no vídeo gesticulando e pronunciando os impropérios contra a presidente vão certamente algum dia pedir moderação de linguagem aos filhos em seu cotidiano em família. Existem palavrões que ofendem a quem se destinam, mas também depõem contra quem os pronuncia. Foi o que aconteceu na festa de abertura Copa.
Lauro Assunção, bacharel em Direito, consultor de Marketing e ex-secretário de Estado de Ciência e Tecnologia
