
Serão ouvidos Rosângela Cunha dos Santos, filha de Garrincha que também confirmou o sumiço da ossada, uma administradora do cemitério e um sobrinho de Mané Garrincha. Este último é o dono da sepultura coletiva onde o ex-jogador foi enterrado originalmente.

No entanto, no mesmo cemitério existe outra sepultura onde consta o nome do craque. Ela fica localizada na parte superior do terreno, onde existe um obelisco, e foi construída em 1985. Um levantamento feito pela Prefeitura de Magé revelou que uma exumação teria sido feita há alguns anos. Não há documento que comprove a realização do procedimento nem para onde a ossada foi transferida.
Lívia de Oliveira dos Santos, de 36 anos, última filha de Garrincha, classificou como um desrespeito, nesta sexta-feira, o que aconteceu com a ossada do seu pai. Ela disse que se isso for comprovado pela polícia irá pedir uma indenização.
— Se sumiram com os restos mortais do maior jogador do mundo, eu vou pedir uma indenização por isso. Sou a favor que a família autorize a Prefeitura de Magé a fazer a exumação das sepulturas para gente saber o que aconteceu de fato — disse, acrescentando que tem conversado sobre a exumação com Luiz Marques, neto de Garrincha.
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Mãe de Lívia, Vanderléia Oliveira Vieira, de 68 anos, conviveu com Garrincha por sete anos. Ela lembrou dos últimos momentos que passou em companhia do ex-jogador do Botafogo e da seleção brasileira. Ela pediu punição para os culpados pelo sumiço da ossada de Mané Garrincha:
— Sumir com a ossada do maior jogador do mundo é uma coisa séria. Alguém tem que ser punido por isso. Garrincha era uma pessoa boa e humilde. Quando morou comigo já era um acoólatra. Vi o sofrimento dele de perto.
O neto de Garrincha confirmou que uma reunião de família será feita, na próxima quarta-feira, em Magé, para decidir se a prefeitura da cidade receberá ou não autorização para fazer a exumação. Caso ocorra concordância da família de Garrincha, o prefeito Rafael Tubarão providenciará exames de DNA para confirmar se a ossada do ex-jogador é uma das que estão enterradas nas duas sepulturas.

Caso a polícia confirme que a ossada desapareceu, ficará comprovado que houve crime de violação de sepultura. O delito prevê uma pena, em caso de condenação para os culpados, de um a três anos de prisão.
Agência Globo