O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desmentiu no Facebook a informação disseminada por meio de aplicativos celulares e mídias sociais de que o traficante José Silvan de Melo, de 41 anos, seja seu sobrinho. A mensagem atribui ainda ao fictício sobrinho a posse da expressiva quantia de R$ 6 milhões.
O criminoso em questão José Silvan de Melo – antigo conhecido do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Recife (PE) – foi preso pela Polícia Civil na data de 5 de abril, na cidade de Canarana (a 600 km de Cuiabá) com a quantia de R$ 3,2 mi. O dinheiro estava na carroceria de uma caminhonete. Ao ser preso, o criminoso ainda chegou a oferecer a quantia de R$500 mil para que fosse liberado.
“Depois que o filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luis Lula da Silva, interpelou judicialmente pessoas que divulgaram mentiras sobre ele, um novo personagem foi criado. Inventaram um sobrinho fictício do ex-presidente teria sido preso na cidade de Canarana com R$6 milhões em um carro. Essa informação é completamente falsa. O ex-presidente não tem nenhum sobrinho com o nome citado no texto. É mais um caso de uma história sem fonte, com informações inverídicas e que tenta atingir a honra do ex-presidente”.
No Face, a assessoria de Lula ainda solicita “fique atento às informações que circulam na internet e ajude a divulgar a verdade”.
Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito alegou ser “cidadão de bem”, proprietário de fazendas na região e que era comprador de gado. O dinheiro apreendido com o criminoso já foi revertido pela Justiça para investimentos na área de segurança pública de Mato Grosso.

A NOTÍCIA VERDADEIRA
Foto: Divulgação PJC
Adolescente de 14 anos que sumiu em porta de escola é encontrada
De acordo com a Polícia Civil, o dinheiro, sem origem comprovada, foi encontrado na carroceria de uma caminhonete Toyota Hilux, que era conduzida por José Silvan de Melo, de 41 anos, conhecido por “Abençoado”, investigado pelo Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Recife (PE), por tráfico internacional de drogas. A prisão ocorreu no domingo (05) e os procedimentos finalizados nesta terça-feira (7).
A quantia de R$ 3.201,587 milhões, apreendida em Canarana, estava dividida em três sacos escondidos na carroceria da caminhonete, embaixo de esterco, cerâmicas, madeiras e alimentos. Quando os policiais descobriram o dinheiro, o suspeito rapidamente disse: “é real, deixe isso aí e vamos conversar”.
Ao ser questionado sobre o tipo de conversa, o conduzido voltou a falar aos policiais para deixar os sacos na caminhonete e que não dissesse nada a ninguém, pois poderia dar uma “ajuda”. Na Delegacia voltou a oferecer dinheiro, um total R$ 500 mil, só que desta vez ao delegado de Canarana, João Biffe Júnior.
O delegado João Biffe informou que o oferecimento de propina foi registrado em vídeo e será usado como prova no inquérito policial, pelo qual o suspeito foi preso em flagrante por crime de oferecer vantagem indevida a funcionário público, para retardar ou omitir ato de ofício e ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Conforme o delegado, o suspeito José Silvan não apresentou qualquer documentação da origem do dinheiro, e portanto teve o numerário apreendido pela Polícia Civil e depositado em conta da Justiça, vinculado ao auto de prisão em flagrante. “Ele confessou que enterrava tais valores por questões de segurança”, disse o delegado.
De acordo com João Biffe, na Delegacia o suspeito alegou ser “cidadão de bem”, proprietário de fazendas na região e que era comprador de gado. No entanto, realiza declaração de Imposto de Renda como pessoa isenta. “Situação incompatível com os valores apreendidos, pois não encontramos nenhuma propriedade em seu nome e nenhum documento de compra ou venda de gado”, afirma João Biffe.
Há meses o acusado era monitorado pela Polícia Judiciária Civil por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. Durante as investigações, os policiais contataram que era de costume José Silvan chegar em Canarana, geralmente, no final da tarde, permanecendo hospedado no Hotel Tangará até o anoitecer, quando então deixava a cidade.
No domingo, 5, a Polícia Civil recebeu informação de que José Silvan estava novamente no município, onde em diligências foi localizado nas imediações do hotel, conduzindo a Toyota Hilux ano e modelo 2015.
O delegado João Biffe pediu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do suspeito e solicitou sua transferência para a Penitenciária Central do Estado (PCE), devido a alta periculosidade do preso, com provável envolvimento em assaltos a banco e tráfico internacional de drogas.
O delegado informou que irá oficializar o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) e a Receita Federal, por suspeita de crime de lavagem de dinheiro. O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) também será notificado para informações de registro de compra e venda de gado.