Que saudades! E quanta falta me fazem. Seu Agostinho de Oliveira Machado e Dona Bernarda da Silva Machado, meus pais. Donos de uma prole de 15 cabeças, das quais 12 sobreviveram às intempéries de um lugarejo pobre e de gente desamparada. Mas os dois deram a vida por todos os filhos, trabalhando como burros de carga para nos sustentar. E sempre dando carinho, amor, atenção e direção à tropa. Minha mãe nunca fez um pré-natal, confiando a Deus e às parteiras leigas o trabalho de nossa passagem da barriga para a luz. E, mesmo com todas as condições adversas – num lugar em que meu pai tinha que dividir por três o que produzia na roça –, nunca nos faltou o básico para a sobrevivência. Nunca um deixou de ir à escola por falta de cadernos e livros. Deixamos o velho “Garapa” (Duque Bacelar-MA), de cabeça erguida, todos unidos, quase todos criados e “desarnados”. O resto a gente correu atrás, aqui na capital, tangidos que fomos das terras que jamais foram nossas… “Somos pobres, mas somos nobres”, costumava repetir mamãe para nos injetar autoestima. E isso, para mim, sempre fez a diferença. Não sou maior ou melhor do que ninguém, mas não vejo alguém maior ou melhor do que eu por essas bandas. Seja político ou general. Médico, empresário ou cardeal. Meu nome é José da Silva Machado. Bato no peito, altaneiro. Sou filho de Dona Bernarda e Seu Agostinho. Pessoas dignas e honradas. E isso me basta para ser cidadão e ser feliz.

Parabéns…! Digno de ler e admirar esse orgulho que você tem dos seus pais…mais que merecido.
Obrigado, Lu, pela sensibilidade de entender esse sentimento.
Belíssimo texto, Machado. Parabéns!
Forte abraço, Roberto Rocha.
Obrigado, amigo Roberto.
Lindo texto tio! É sempre bom saber expressões usadas por eles, p parafrazeá-los! Tenho o muito orgulho de ser neta do Seu Agostinho e dj Dona Bernarda.
Suas palavras são gestos de amor.
Obrigado por entendê-las. Grande abraço.
Bom dia,
Admiro muito você,saiba que sempre gostei muito de vossa pessoa e vc sabe disso. Tinha esses dois como meus pais(Agostinho e Bernarda). (Constantina).
Obrigado. Sei disso, Constantina. A recíproca é verdadeira.