A briga na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (13), teve como “pivot” o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, e a sua decisão de demitir o secretário de Obras e Serviços Públicos, Antônio Silveira, o Silveirinha, após denúncias de malfeitos no órgão.
De um lado, o deputado oposicionista Othelino Neto (PCdoB) foi à tribuna e fez uma comparação entre as posturas da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. Disse: “O chefe do Executivo municipal tem coragem de tomar atitudes e encara os problemas da cidade de frente, ao contrário do comando do Palácio dos Leões que ainda não conseguiu, por exemplo, controlar a grave crise no Sistema de Segurança Pública e mantém no governo secretários denunciados por irregularidades e corrupção”.

Do outro, o deputado Roberto Costa (PMDB), líder do bloco governista no parlamento, foi

em defesa do governo e contra-atacou: “As acusações que foram feitas em relação ao secretário Silveira, quem admitiu que houve corrupção, quem admitiu que houve desonestidade, ilegalidade por parte do secretário, foi o próprio prefeito”. E subiu o tom:
– Quem comanda a Prefeitura de São Luís é o presidente da Embratur, Flávio Dino. “O esquema hoje é comandado pelo doutor Flávio Dino, porque quem nomeia é o Flávio Dino e quem exonera é o Flávio Dino. O senhor prefeito, para escolher o novo secretário [de Educação], o professor Geraldo Castro, teve que pegar um avião, ir a Brasília para saber quem o doutor Flávio Dino queria nomear na Secretaria”.
Para Roberto Costa, a Oposição parece preocupar-se com o governo de Roseana Sarney para desfocar os desastrosos 11 meses de gestão da Prefeitura de São Luís. “O que nós dissemos ontem aqui é que, em vez de a Oposição procurar dar conselho à senhora governadora, que ela procure primeiro dar conselho para o prefeito que é de responsabilidade deles”.
Em seu discurso, Othelino lembrou que Edivaldo Holanda Jr, ao assumir a Prefeitura de São Luís, disse que a transparência seria uma marca da sua gestão. “E isso ele está cumprindo ao pé da letra.” No caso da demissão do secretário de Obras e Serviços Públicos, José Silveira, “houve uma situação que incomodou o prefeito e, em função disso, ele preferiu afastar o auxiliar para fazer valer a máxima da sua gestão e mostrar à sociedade que ele não admite sequer dúvidas em relação à postura dos seus assessores”:
– “Edvaldo tomou uma atitude rápida, correta e que não se faça aqui pré-julgamento do ex-secretário de Obras. Ali não existiu comprovação de desvio de recurso público. Não existiu o que foi sugerido em algumas matérias publicadas na Imprensa. Não dá para afirmar que o Silveira foi demitido por corrupção, porque isso não está provado” – sugeriu Othelino.
Um dos pontos que diferencia Edivaldo Jr de Roseana é, na visão de Othelino, que o prefeito, na suspeita que o incomodara, afastou logo o secretário de Obras, enquanto que a governadora não age assim: “o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Fernando Fialho, foi pego com a “boca na botija” em convênios fantasmas, ficou provado que as obras não aconteceram, mas os recursos foram pagos e, mesmo assim, o auxiliar continua até hoje no cargo”, mostrou o deputado.