CRUZEIRO DO SUL

Nas próximas semanas, ou em edição extraordinária, o senador José Sarney (PMDB-AP) vai decidir se concorre à reeleição ou se aposenta das disputas eleitorais. Se escolher a segunda opção, será a primeira vez desde 1965, quando ele foi eleito governador do Maranhão, que nenhum Sarney ocupará cargo majoritário. Já se escolher disputar o sexto mandato no Senado, o ex-presidente enfrentará uma das campanhas mais difíceis em 60 anos de vida pública, com risco real de derrotada nas urnas, e sua sobrevida política dependerá em grande parte de um ex-adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pesquisas internas encomendadas por políticos locais apontam uma rejeição altíssima ao nome de Sarney. Ele aparece em segundo ou terceiro lugar na disputa ao Senado pelo Amapá, seu domicílio eleitoral, atrás do deputado Davi Alcolumbre (DEM-AP), um comerciante de 36 anos, e próximo da vice-governadora Dora Nascimento (PT), geóloga de 46 anos nascida em uma família de ribeirinhos. O cenário político atual também é mais hostil a Sarney do que era em 2006, quando o senador se elegeu em uma disputa apertada, na qual bateu a novata Cristina Almeida (PSB) por menos de 10 mil votos.
Intervenção no PT
Quatro anos depois de intervir no diretório estadual do Maranhão para forçar o partido a apoiar Roseana Sarney (PMDB), a executiva nacional do PT aprovou na segunda-feira uma nova intervenção no Estado. O PT maranhense decidiu no sábado passado indicar o vice na chapa de Edson Lobão Filho (PMDB) ao governo. Dois dias depois, a cúpula definiu que o PT vai indicar o candidato ao Senado. A justificativa é manter a coerência com a estratégia nacional de reforçar as bancadas no Congresso, mas dirigentes dizem que o objetivo real é forçar a saída da chapa do PMDB, que oferece apenas a suplência de senador.
Ja chega de Sarneys!