
São Luís está em estado de pânico. O incêndio de vários ônibus, em diferentes pontos da cidade, e a morte, por tiros e facadas, de nove presos da Penitenciária de Pedrinhas, da noite de ontem para a madrugada de hoje, quando duas facções se enfrentaram, deixaram a cidade em choque. E isso é campo fértil para boatos de toda a ordem, principalmente sobre os chamados arrastões.
Posso assegurar que a maioria dessas “notícias” não passa mesmo de simples boatos. Mas que apavoram as famílias, os trabalhadores e os estudantes.
Muitas escolas suspenderam as aulas. O comércio também foi na onda e diversas lojas fecharam. Houve quem se fechasse em casa, temendo pegar os ônibus por conta dos incêndios – estes sim são fatos – que,segundo a polícia, foram “ordenados” por uma das facções criminosas, de dentro dos presídios.
Mas correrias, arrastões, como se a cidade não tivesse mais autoridade, polícia, justiça, ministério público, isso seria o cúmulo.
Claro que os assaltos, estupros e assassinatos continuam a acontecer, muito acima do esperado, do que seria “normal” acontecer. Agosto e setembro passados registraram média de mais de 80 homicídios na grande Ilha de Upaon-Açu. Nos meses antecedentes, os índices de criminalidade também ficaram acima da média.
Mas o pânico espalhado na cidade também está acima da média.
O que significa que ainda há espaço temporal para o trabalho, o combate à violência, a implantação de políticas públicas visando à redução de todos esses males causados à sociedade.
Só não podemos é ficar de braços cruzados, aguardando o imponderável.
Para quem tem a responsabilidade e poder de decisão, está na hora de agir. Ou declarar-se incompetente e entregar para quem sabe fazer.