Com base em um balanço anual, com dados da questão agrária, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Maranhão divulgou, nesta quarta-feira (10), que o número de assassinatos registrados no campo, no Estadode janeiro a novembro de 2016, foi o segundo maior no Brasil, com 12 mortes.
Segundo o balanço, 54 homicídios foram registrados em 2016, em todo o Brasil, número considerado o maior no campo desde 2003, quando 71 pessoas foram assassinadas.
Segundo o levantamento, o Maranhão só está atrás do estado de Rondônia, que registrou 17 mortes em 11 meses de 2016. A Pastoral da Terra também registrou assassinatos na Bahia (4), em Tocantins (3), Alagoas (2), Amazonas (2), Paraná (2), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (1), Paraíba (1), Pernambuco (1), Rio de Janeiro (1) e Rio Grande do Sul (1).
A maioria das mortes foi motivada por conflitos por água ou terra. As vítimas são, principalmente, camponeses, posseiros, líderes quilombolas, indígenas e pequenos proprietários de terra. Ainda de acordo com a CPT, vários fatores explicam a violência no campo, inclusive a instabilidade política no país. A impunidade é apontada como uma das principais causas das ações violentas.
Um dos crimes mais emblemáticos no Maranhão ocorreu em 31 de março, quando o quilombola conhecido como Zé Sapo foi assassinado. Segundo a Pastoral, o assassinato foi decorrência de um conflito de terra que já dura há sete anos. Ele pertencia à comunidade Cruzeiro/Triângulo, que luta pelo reconhecimento de seu território.