
“Queremos que a informação compartilhada no Facebookseja verdadeira, séria”, afirma Adam Mosseri, vice-presidente do news feed, o alimentador de notícias do serviço, que todos os usuários veem assim que entram em sua página da rede social mais grande do mundo. O Facebook anunciou que poria a partir desta sexta-feira um filtro para detectar boatos inverídicos, notícias falsas e propaganda, de modo a alertar o usuário sobre a pouca veracidade do conteúdo visto e frear sua divulgação. No início estará disponível em 14 países, entre os quais o Brasil.
Em Menlo Park, sede da empresa, há uma obsessão para que façam exatamente o contrário do que se espera no Facebook. “Nossa natureza é compartilhar. Nesses casos pedimos que não se faça isso, que se breque a divulgação”, afirma Mosseri.
O executivo admite que as notícias falsas são um flagelo para sua empresa, mas com atenuantes. Não acha que seja algo novo nem que toda responsabilidade seja sua. O Facebook se concentra em três eixos para desativar o conteúdo: eliminar os incentivos econômicos desse tipo de publicação, criar novos produtos que freiem esse conteúdo e ajudar a sociedade a tomar decisões com base numa informação.
Mosseri acha que o primeiro ponto é uma das chaves para que deixe de ser atraente encher a rede e os murais de informação falsa. “Percebemos que quase sempre o incentivo para frear essa página é mais econômico que ideológico. Quase sempre se repete um esquema: páginas com três ou quatro frases iniciais, que é o que se costuma ver no resumo do news feed, e o resto é publicidade. É publicidade 80% ou 90% do artigo. Quando alguém clica nele, o dono da página lucra”, explica.