PREVISÃO DO TEMPO (PT)
Roberto Rocha*
Com o anúncio de medidas econômicas nada agradáveis aos cidadãos e aos contribuintes brasileiros, a presidente Dilma Rousseff optou por ficar calada. Desde antes do Natal, Dilma não dá entrevista à imprensa. Quem anuncia as ações do governo são o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Esta semana, quem reuniu os jornalistas em um café da manhã para detalhar o saco de maldades tributárias foi o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas. E forneceu, além de muitas notícias, o tamanho do ataque ao bolso do contribuinte.
Perdulário no ano passado, em temporada eleitoral, o governo gastou mais do que devia, estourou o caixa, fez manobras contábeis para maquiar o superávit primário, mas não conseguiu esconder o tamanho do problema que o Brasil vai enfrentar este ano. Diante de um quadro como este, o que fez a presidente Dilma Rousseff? Preferiu não participar do Fórum Econômico de Davos. Para não ter que dar explicações desconfortáveis, passou a tarefa para o ministro Joaquim Levy.
E a oposição, o que faz? Bem, o “oposicionista radical” ex-ministro José Dirceu condena as medidas tomadas e lança em seu blog um vaticínio: “Caminhamos assim – conscientemente, espero, por parte do governo – para uma recessão com todas as suas implicações sociais e políticas”. Além da ironia, uma previsão cheia de razão.
“O problema é que, diante da continuidade de um mundo em crise e da desaceleração abrupta do mer

cado interno (último motor de crescimento da economia nacional que ainda funcionava), a possibilidade de esses ajustes aprofundarem as tendências recessivas da economia nacional não é desprezível.” Texto de um tucano? Não, da Fundação Perseu Abramo. De quem? Do PT.
Roberto Rocha, ex-deputado federal e senador eleito, é vice-prefeito de São Luís