
Adolescente estuprada por bando fala à TV, narra violência sofrida e critica delegado
A menopr vítima de estupro em uma comunidade da Zona Oeste do Rio deu uma entrevista para o Fantástico, exibida neste domingo (29). A jovem contou que sofre ameaças e que se sentiu desrespeitada na delegacia onde prestou depoimento. "O próprio delegado me culpou", afirmou, ressaltando que pediu para que o depoimento ao delegado-titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), Alessandro Thiers, fosse interrompido. - "Tinha trinta e três homens dentro de uma sala. A sala era de vidro, todo mundo que passava via. Ele colocou na mesa as fotos e o vídeo. Expôs e falou: ‘me conta aí’. Só falou isso. Não me perguntou se eu estava bem, se eu tinha proteção, como eu estava. Só falou: ‘me conta aí’”, relatou a adolescente sobre seu encontro com o delegado. Ela dá detalhes sobre os motivos pelos quais considerou o ambiente no qual seu depoimento foi tomado como inadequado. Mas não foi apenas a Rede Globo quem entrevistou a menor com excluswividade. Os principais programas jornalístico da televisão brasileira, dedicaram, neste domingo, 29, grande espaço ao estupro coletivo da menina por 33 homens no Rio de Janeiro. A adolescente cujo nome a polícia solicitou que não seja divulgado conversou com as três maiores redes de televisão do país: Fantástico, da TV Globo, Domingo Espetacular da TV Record e para o jornalista Roberto Cabrini que apresenta o Conexão Repórter no SBT. Este último anunciou em sua página que visitou a casa onde o crime violento teria acontecido. A menor falou sobre outros motivos pelos quais considerou a conduta do delegado como inadequada: “Ele perguntou se eu tinha o costume de fazer isso, se eu gostava de fazer isso [sexo com vários homens]”, detalhou a jovem, que conta que interrompeu o depoimento e disse que não ia mais responder as perguntas a partir daí. A adolescente deixa claro que se sentiu desrespeitada. Questionado sobre a postura de Alessandro Thiers, o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, afirmou que a conduta do delegado no caso será investigada, mas que a prioridade é definir a ordem dos fatos no caso. “Isso será apurado. E se, realmente, o delegado teve alguma conduta inadequada, ele vai responder por isso. Mas a prioridade agora é descobrir as circunstâncias que o crime aconteceu”, explicou Veloso. Momentos de terror Ela disse, ainda, que não pode sair de casa e relata detalhes sobre os momentos de horror que viveu. “Eu estou com medo. Bastante. Eu me sinto praticamente em cárcere privado. Eu não posso sair de casa para nada. Eu entrei no Facebook, quando eu entrei, tinham 900 mil mensagens. Tinha gente de Minas Gerais falando que ia me matar. Gente falando que se eu fosse em alguma comunidade eu ia morrer”, afirmou a menor. A jovem conta que tinha ido outras vezes à comunidade onde o crime ocorreu, mas nunca tinha sofrido violência sexual. Ela revela qual foi a cena que viu quando acordou em uma casa desconhecida dentro da favela: