De acordo com relatório ambiental, biodiversidade do planeta vem diminuindo de forma alarmante, pondo em risco a sobrevivência das espécies

‘The Living Planet Report 2016’ traz radiografia da vida animal e alerta para a redução dramática da biodiversidade
A biodiversidade do planeta vem diminuindo num ritmo alarmante e isso coloca em risco a sobrevivência das espécies e do próprio ser hu

A pesquisa realizada pelo WWF analisou informações sobre 3,7 mil espécies de vertebrados desde o ano de 1970
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As principais causas desse declínio são a ação direta do homem – incluindo a destruição de habitats e o tráfico de animais silvestres –, a poluição e a mudança climática.
A pesquisa pede mudanças imediatas na maneira como exploramos as fontes de energia e alimento do planeta, proteção da biodiversidade e apoio a modelos de desenvolvimento sustentável.
Sem desculpa
“Está claro que se continuarmos do jeito que estamos, vamos ver o declínio constante dos animais selvagens. Chegamos a um ponto em que não há mais desculpa para seguirmos assim”, disse Mike Barrett, diretor de Ciência e Política da WWF.
“Sabemos quais são as causas e o impacto da ação do homem na natureza e nas populações de animais selvagens. Temos que agir agora”, alerta.
O relatório estudou 3,7 mil espécies de aves, peixes, mamíferos, anfíbios e répteis – o que representa 6% do número total de vertebrados existentes no mundo.
Os pesquisadores então analisaram as mudanças no tamanho das populações desde 1970.
O estudo anterior, publicado em 2014, calculava que a população de animais selvagens diminuiria 50% em 40 anos. Passados dois anos, essa estimativa foi 58% para o período.
Barrett explica que a situação é pior em alguns grupos de animais.
“Vemos uma forte redução especialmente entre as espécies de água doce. O declínio chega a 81% desde 1970 e está relacionado à maneira como a água doce é usada pelo homem e também à construção de represas, por exemplo.”
A pesquisa também destaca a situação de espécies como os elefantes africanos – ameaçados pelo aumento da caça ilegal – e os tubarões, alvo da pesca predatória.
Os pesquisadores concluíram que os vertebrados estão diminuindo a uma taxa de 2% ao ano. Se isso continuar, até o fim da década essas populações podem sofrer uma redução de 67% (em relação aos níveis de 1970).
“Mas se as nossas previsões se confirmarem e houver aumento do comércio ilegal de animais silvestres, por exemplo, a queda será ainda pior”, alerta o professor Robin Freeman, chefe da Unidade de Indicadores e Avaliação da ZSL.
“O mais importante sobre esses percentuais é que eles mostram a redução do número de animais em determinadas populações. Não se trata de extinção de espécies. Elas não estão desaparecendo e isso nos dá tempo de fazer algo”, diz.
A boa notícia é que espécies como o urso panda e o tigre de Bengala, que já foram ameaçadas até de extinção, não estão nesta lista.